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Guarnições
Minha alma se perde nas salas e quartos da grande casa de sótão, as escadarias que me levam para o passado rangem e desequilibram meu pH, são tão ácidas as lembranças que nenhuma flor nasceria ali, mesmo se plantada e regada com amores desejosos.
O baú me espia de longe, quer ser aberto, descoberto da manta que o aquece por todos esses anos. Soprar a poeira, revelar o que foi escondido, quem sabe o deixaria mais alvo e cristalino, verdades sempre clareiam tudo a nossa volta.
Sem dúvida há um esconderijo perfumado com sonhares esquecidos, não se deseja viver eternamente no anonimato. Só era preciso bater asas, mas como, se elas foram cortadas?
Até ontem, acreditava-se que tudo tinha sido perfeito, as regras seguidas e as tarefas cumpridas, não foi desse jeito, alguém esqueceu a louça na pia e tudo foi por água abaixo. Quebrou-se o silêncio, reduziu-se a paz e a trincheira foi aberta. Por nada nesse mundo o tempo voltaria atrás, isso seria a salvação. Quem sabe a alma inquieta pudesse receber algumas guarnições e estranhamente liberta de acusações, pudesse enfim acordar, descer os degraus, se encontrar, se entender, livre, livre de todos os clichês, afinal o que se quer além de ser leve?
Sandra Laurita
*Interação do poeta Jacó Filho*
Ao pensar que aceitei,
Alguém julga meu passado,
Querendo tê-lo mudado,
Pra um presente perfeito...
*Interação do poeta Ahnraffael*
''Voltando à vida das horas
no prazer das auroras ...
dorme em mim , nessa tua procura
e verás no teu corpo
toda a minha loucura !
naqueles dias passados
onde o amor foi negado
ao te ver , via em ti meu ocaso !
e , nessa angústia de ser
o meu vício é sofrer ...
fico louco e me assanho
sem teus olhos castanhos !!''
*Interação da poetisa HLuna*
Todas as lembranças que eu tinha,
eram belas como a linha,
que borda os canteiros da aurora....
Mas perdi-as, foram embora,
não sei onde estão neste agora.