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Presente mágico (BVIW)

"Um livro é como uma janela, quem não o lê,

  é como alguém que ficou distante da janela, só pode ver uma pequena parte da paisagem"       

                                  ( Khalil  Gibran)                                                 

Ainda me lembro do momento em que ganhei meu primeiro livro, da sensação de tristeza e frustração que se abateu sobre mim! Calma, eu explico, eu tinha 7 anos e tudo que eu queria era uma boneca Susi, a Barbie dos anos 70. O livro até era bonitinho, tinha uma capa colorida com ilustrações de vários bichos, todos alegres e saltitantes, mas não era o que eu desejava. Era época de natal, minha tia chegara de viagem, veio de avião, coisa que só gente muito importante poderia fazer; morava em São Paulo, só artistas de televisão moravam lá. Ah, se ela não pudesse me dar uma Susi, quem mais poderia? Deixei o livro e as lágrimas de lado e fui brincar com os primos, afinal, a chegada da tia reunia toda a família. Família essa, que não era pequena. Meus avós, pais, tios e tias, todos com o mínimo de escolaridade, muitos filhos e dificuldades. Minha tia quebrou o ciclo e foi em busca de uma vida melhor. Algum tempo depois, achei o livro, abri e li pela primeira vez a dedicatória escrita com uma bela caligrafia: "Sandra, quem lê sabe mais". Eureka, era isso, minha tia me trouxe um presente mágico, capaz de me levar para mundos, além do meu, plantou em mim o gosto pela leitura e a semente do conhecimento, e assim, com meu livro de fábulas aprendi que " Não há livro tão mau que não tenha algo de bom" (Miguel de Cervantes).

                                                                Sandra Laurita

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*Tema proposto : O que aprendi com o livro...(Crônica)